domingo , outubro 26 2025
como viajar sozinha

Viajar Sozinho: meu encontro comigo mesma e a liberdade na bagagem

Viajar sozinho pode ser um desafio para muita gente. Mas a liberdade de escolher o próximo destino e aproveitar as coisas do seu jeito pode ser libertador.

Oi, gente! Aqui é a Bel, e hoje eu quero abrir meu coração sobre um assunto que, para mim, é quase uma terapia, um rito de passagem que todas as pessoas deveriam experimentar ao menos uma vez na vida: viajar sozinho.

Sabe aquela frase que a gente ouve por aí, “viajar é trocar a roupa da alma”? Eu sinto isso em cada poro. É uma verdade universal.

Mas embarcar numa jornada só com a sua própria companhia é mais do que isso. É como se, pela primeira vez, você se olhasse no espelho sem filtro, sem maquiagem, sem as expectativas dos outros, e se apaixonasse perdidamente pela pessoa que vê ali.

É um mergulho profundo, às vezes assustador, mas sempre transformador. A decisão de viajar sozinho não é apenas sobre conhecer um novo lugar, mas sobre se permitir ser conhecido por si mesmo.

viajante solitário

O que é viajar, afinal?

Para mim, viajar é preciso. E uso essa frase em seu duplo sentido. É preciso no sentido de necessidade, de urgência. Nossa alma clama por novos ares, por novas perspectivas.

Mas também é preciso no sentido de precisão, de ajuste. Viajar é como calibrar a bússola interna, que no dia a dia, com a correria e as demandas externas, acaba se desregulando.

Quando estamos acompanhados, por mais que amemos nossos amigos, parceiros e família, sempre há uma negociação, um ceder aqui e ali. O restaurante que um prefere, o passeio que o outro não faz questão, o ritmo de cada um. É uma dança constante de vontades.

Mas quando você toma a corajosa decisão de viajar sozinho, a única vontade que importa é a sua. A única melodia para essa dança é a do seu coração. Quer acordar às cinco da manhã para ver o nascer do sol na praia? Você vai.

Quer passar uma tarde inteira lendo em um café charmoso, sem pressa, apenas observando o movimento? Você pode.

Quer mudar o roteiro de última hora porque um morador local te contou sobre uma cachoeira secreta? A decisão é inteiramente sua. Essa liberdade absoluta é assustadora no começo, confesso. Mas depois… ah, ela é viciante. É o mais puro suco de autonomia.

Com qual idade se pode viajar sozinho?

Essa é uma pergunta que recebo com frequência, quase como se houvesse uma fórmula mágica. “Bel, qual a idade certa para viajar sozinho?”

Legalmente, no Brasil, a partir dos 16 anos já é possível viajar de avião, ônibus ou barco dentro do país sem a necessidade de autorização dos pais. Mas, sinceramente, não acredito em uma “idade certa”. Acredito no “momento certo”. E esse momento não está no RG, mas na alma.

O momento certo é quando a curiosidade de descobrir o mundo se torna maior que o medo do desconhecido.

É um chamado interno, uma inquietação que te diz que há algo mais para ser visto e vivido além da sua zona de conforto. Minha primeira vez foi aos 22 anos. Eu era uma mistura de ansiedade e excitação. O frio na barriga era real, constante.

Lembro de pensar, no portão de embarque: “O que eu estou fazendo?”. Mas a sensação de superação ao final daquela primeira viagem, a certeza de que eu era capaz, foi algo que me redefiniu. Aquela viagem me deu uma força que eu não sabia que possuía. Portanto, a idade para viajar sozinho é a idade em que sua coragem floresce.

camas do hotel

Viajar sozinho é bom?

Vamos ser sinceros: no começo, a ideia de sentar para almoçar sem companhia, de passear por uma cidade nova sem ter com quem comentar sobre a beleza de uma paisagem, pode parecer o retrato da solidão. Mas é aí que a mágica acontece. Você rapidamente aprende a diferença fundamental entre estar sozinho e se sentir solitário. A solitude, essa companheira silenciosa, se torna sua melhor amiga.

Viajar sozinho te força a sair da bolha de uma maneira que nenhuma outra experiência consegue. Você aprende a pedir ajuda, a decifrar mapas, a se virar com o básico de um novo idioma.

Você conversa com estranhos, ouve histórias de vida fascinantes e percebe como o mundo é vasto e diverso. Cada pequeno desafio, como encontrar a estação de metrô certa ou negociar o preço de um artesanato, se transforma em uma pequena vitória pessoal.

E a soma dessas vitórias constrói uma autoconfiança inabalável, uma armadura de resiliência que ninguém pode te tirar. Você se torna mais forte, mais independente e, acima de tudo, mais você. Viajar sozinho é um ato de empoderamento.

Dicas para sua primeira vez: Onde viajar sozinho(a) no Brasil

O Brasil é um país de dimensões continentais, abençoado com uma diversidade de paisagens e culturas que o tornam o playground perfeito para uma primeira aventura solo.

Se você está com o coração pedindo para se jogar, mas não sabe por onde começar, aqui vão algumas dicas de destinos que são um abraço para quem decide viajar sozinho, com uma estimativa de preços para te ajudar a planejar, baseada em pesquisas no Booking.com.

1. Paraty (RJ)

paraty rj

Paraty é um verdadeiro charme, um convite para desacelerar. As ruas de pedra do centro histórico, as casinhas coloniais coloridas e a atmosfera boêmia te transportam para outro tempo. É um lugar extremamente seguro e acolhedor, ideal para quem está começando a viajar sozinho.

Você pode passar horas se perdendo pelas lojinhas de artesanato, pelos ateliês de arte e pelos cafés charmosos. Durante o dia, faça passeios de barco que te levam a praias e ilhas paradisíacas, onde o único som é o do mar. À noite, a cidade ganha vida com restaurantes deliciosos e música ao vivo.

  • O que fazer: Explore o Centro Histórico, faça um passeio de escuna para a Praia do Lula e a Lagoa Azul, visite as cachoeiras da região (como a do Tobogã) e experimente as cachaças artesanais nos alambiques locais.

  • Preços no Booking.com: Pousadas charmosas no centro histórico podem variar de R$ 250 a R$ 500 por noite. Para uma opção mais econômica e para conhecer outros viajantes, os hostels são perfeitos, com diárias que custam em média de R$ 80 a R$ 150.

2. Florianópolis (SC): A Ilha da Magia e da segurança

florianópolis

Não é à toa que Floripa é conhecida como a Ilha da Magia. A cidade foi eleita uma das capitais mais seguras do Brasil e é um destino perfeito para mulheres que querem viajar sozinha.

A ilha oferece uma combinação única de praias urbanas e selvagens, trilhas com vistas de tirar o fôlego e uma vida noturna agitada. A vibe é jovem, saudável e muito acolhedora.

Alugar um carro é uma ótima ideia para explorar com liberdade as mais de 40 praias, desde as badaladas Jurerê e Praia Mole até as mais tranquilas como a Lagoinha do Leste.

  • O que fazer: Faça a trilha da Lagoinha do Leste, explore as dunas da Joaquina, passe um dia na Lagoa da Conceição praticando stand-up paddle e aproveite a gastronomia à base de frutos do mar em Santo Antônio de Lisboa.

  • Preços no Booking.com: Em bairros estratégicos como a Lagoa da Conceição ou a Barra da Lagoa, você encontra hostels excelentes por cerca de R$ 90 a R$ 180 a diária. Hotéis bem localizados e com mais conforto podem custar entre R$ 300 e R$ 600.

3. Salvador (BA): Um Banho de Cultura, Axé e Acolhimento

Salvador é pura energia, uma cidade que pulsa no ritmo dos tambores do Olodum. Andar pelas ladeiras do Pelourinho, sentir o cheiro do acarajé fritando no tabuleiro da baiana e ver o pôr do sol no Farol da Barra é uma imersão cultural que alimenta a alma.

A cidade é vibrante, colorida e o povo baiano é de uma receptividade contagiante. É um destino onde viajar sozinho significa, paradoxalmente, nunca se sentir só de verdade. Sempre haverá um sorriso, uma boa conversa e uma nova amizade a ser feita.

  • O que fazer: Visite o Pelourinho e suas igrejas barrocas, pegue o Elevador Lacerda para ir à Cidade Baixa e ao Mercado Modelo, assista ao pôr do sol no Farol da Barra e, claro, experimente todas as delícias da culinária baiana.

  • Preços no Booking.com: Hostels bem localizados no Pelourinho ou no bairro da Barra custam em média de R$ 70 a R$ 130. Se você busca mais conforto, pousadas com vista para o mar na região do Rio Vermelho podem ir de R$ 200 a R$ 450.

Por que viajar faz bem?

viajar faz bem

Cientistas e psicólogos podem listar inúmeros benefícios: viajar reduz o estresse, aumenta a criatividade, melhora a capacidade de resolver problemas. E tudo isso é verdade. Mas, para mim, a resposta é mais simples e ao mesmo tempo mais profunda.

Viajar faz bem porque nos lembra que estamos vivos. A rotina, por mais confortável que seja, tem o poder de nos anestesiar. Acordamos, trabalhamos, comemos, dormimos. Repetimos. Viajar quebra esse ciclo hipnótico.

Cada novo destino é um convite para despertar os sentidos. O cheiro de uma comida de rua que você nunca provou, o som de um idioma que você não entende, a visão de uma paisagem que parece uma pintura, o toque da areia de uma praia desconhecida.

São estímulos que nos reconectam com o nosso corpo e com o momento presente. E quando você se permite viajar sozinho, esses benefícios são potencializados.

O mergulho no autoconhecimento é radical. Você não tem para onde fugir, a não ser para dentro de si mesmo. É nesse silêncio que você começa a ouvir sua própria voz, a entender seus medos e a celebrar suas forças.

A filosofia do viajante solitário: “Viajar é trocar a roupa da alma”

Eu amo essa frase. “Viajar é trocar a roupa da alma”. Ela encapsula perfeitamente a transformação que acontece conosco quando nos permitimos sair do nosso ambiente familiar.

As “roupas” que vestimos no dia a dia são feitas de nossas responsabilidades, dos papéis que desempenhamos (filha, profissional, amiga), das expectativas que os outros e nós mesmos colocamos em nossos ombros. São roupas que, com o tempo, ficam pesadas, apertadas.

Viajar, especialmente viajar sozinho, é se despir de tudo isso. É andar com a alma nua, pronta para vestir novas cores, novas texturas, novas sensações.

Você deixa para trás a “roupa” da rotina e experimenta a “roupa” da aventura, da espontaneidade, do desconhecido.

Cada lugar, cada pessoa, cada experiência é um novo tecido que você adiciona ao seu guarda-roupa existencial. E quando você volta, sua alma tem um novo caimento, mais leve, mais colorido, mais autêntico.

amo viajar

Dualidade doce: “Viajar é bom, mas chegar em casa é melhor ainda”

E aqui está o paradoxo mais delicioso da vida de um viajante. Depois de dias ou semanas explorando o novo, se maravilhando com o desconhecido e superando desafios, não há nada como a sensação de colocar a chave na porta de casa.

O cheiro familiar, o conforto da sua cama, o abraço de quem ficou. Viajar é bom, mas chegar em casa é melhor ainda.

Mas não se engane. Você não volta a mesma pessoa. A casa é a mesma, mas você mudou. Você traz na mala não apenas souvenirs e fotos, mas uma nova versão de si mesma: mais corajosa, mais sábia, mais aberta para o mundo e, principalmente, mais conectada com sua própria essência.

O retorno ao lar não é um fim, mas uma pausa para integrar tudo o que foi aprendido. É o momento de organizar as memórias, de sentir a gratidão pela jornada e de começar, secretamente, a sonhar com a próxima partida.

Viajar sozinho é um ato de amor próprio. É um presente que você se dá, uma declaração de independência e autossuficiência. Então, se você sente esse chamado, essa inquietação no peito, não tenha medo.

Viajar é uma das experiências mais enriquecedoras da vida, mas muitos ainda acreditam que explorar novos horizontes é um luxo para poucos. A verdade, no entanto, é que com um pouco de planejamento e criatividade, é possível desbravar o mundo de forma econômica, transformando cada jornada em uma aventura inesquecível.

A viagem econômica não se trata de abrir mão do conforto, mas sim de fazer escolhas inteligentes que maximizam o orçamento e a experiência.

Para os que viajam sozinhos, períodos festivos como o Natal e o Ano Novo podem parecer intimidantes, mas representam uma oportunidade única. Enquanto a maioria das pessoas se volta para compromissos familiares, os destinos turísticos, embora movimentados, ganham uma atmosfera diferente.

Viajar sozinho nessas datas permite uma imersão cultural mais profunda, é mais barato, e representa a chance de conhecer outros viajantes na mesma situação, criando laços e amizades inesperadas. É um momento de autoconhecimento e de celebrar a liberdade de estar onde se quer estar.

Uma das maiores vantagens para quem não tem filhos é a flexibilidade de viajar na baixa temporada. Longe das multidões e dos preços inflacionados das férias escolares, a baixa temporada oferece uma experiência mais autêntica e tranquila.

Os destinos se revelam em sua essência, permitindo um contato mais próximo com a cultura local. Além disso, os custos com passagens e hospedagem podem ser drasticamente reduzidos, liberando o orçamento para outras atividades e prolongando a estadia.

O transporte é outro ponto-chave no planejamento de uma viagem econômica. Viajar de ônibus, por exemplo, é uma alternativa que combina baixo custo com a oportunidade de apreciar a paisagem e descobrir pequenas cidades pelo caminho.

As viagens noturnas, em particular, economizam uma noite de hospedagem e otimizam o tempo. Longe de ser um sacrifício, o trajeto de ônibus pode ser uma parte relaxante e contemplativa da jornada.

Para os que buscam aventura e novas amizades sem ir muito longe, explorar a própria região com a ajuda de guias turísticos locais é uma excelente opção.

Muitas empresas e guias autônomos organizam passeios de fim de semana para a prática de trilhas, esportes radicais e outras atividades ao ar livre. Esses grupos reúnem pessoas com interesses em comum, facilitando a socialização e a criação de novas amizades.

É uma forma de quebrar a rotina, conectar-se com a natureza e descobrir as belezas que muitas vezes estão ao nosso redor, mas que passam despercebidas no dia a dia.

Em suma, a viagem econômica é uma filosofia que valoriza a experiência em detrimento do luxo. Seja viajando sozinho em datas comemorativas, aproveitando a baixa temporada, optando por transportes alternativos ou explorando o próprio quintal, o que realmente importa é a disposição para se aventurar e a abertura para o novo. Com planejamento e a mentalidade certa, o mundo se torna um lugar muito mais acessível.

Ouça essa voz. Pesquise, planeje e vá. Acredite, a Bel de hoje é muito mais completa, mais feliz e mais dona de si por causa de cada uma dessas jornadas solitárias.

E você, já pensou em viajar sozinho? Ou já teve essa experiência? Me conta aqui nos comentários qual seria (ou qual foi) o seu destino. Vamos trocar figurinhas e inspirar mais mulheres a ganharem o mundo!

Veja mais aqui no blog Tour da Bel!

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